Conceito e funções do Aposto

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O aposto, juntamente com o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o vocativo, é um termo acessório na oração que não é necessário para completar o sentido exigido por outro elemento. Em algumas situações, sua presença é importante para especificar circunstâncias, mas em outras pode ser dispensável. O aposto não estabelece uma relação de dependência sintática com outros termos da oração.

O aposto, em geral, traz detalhes, oferece maior clareza e precisão, e fornece outras referências para o nome ao qual se refere. Por exemplo, em “Machado de Assis, autor de A mão e a luva, é considerado o maior escritor brasileiro”, o termo sublinhado é um aposto porque esclarece a quem se refere o nome próprio. Semanticamente, o aposto atua como uma etiqueta com informações adicionais.

Quanto à forma, de maneira geral, é comum que o aposto se apresente entre vírgulas e seguido do nome ao qual se refere. Como no exemplo do parágrafo anterior ou como em “O morcego, o único mamífero que voa, ainda é temido por muitas pessoas”, em que o aposto aparece entre vírgulas e traz detalhe sobre o nome que lhe antecede “morcego”. Mas há outras formas com que o aposto pode aparecer na oração. Outra bastante comum é a utilização de dois pontos, como em “O ônibus levava poucos passageiros: apenas duas crianças, quatro adultos e uma senhora”, em que o aposto explicita mais detalhes sobre quem eram os poucos passageiros referidos no nome.

Há ainda formas menos explícitas com que podem aparecer os apostos na oração, casos em que reconhecemos tratar-se de um aposto pelo significado que traz à frase de detalhar um elemento da oração. Nos exemplos, “A minha amiga Andréia viajou para São Paulo”, em que o nome próprio “Andréia” é um aposto que traz uma especificação para o nome substantivo “amiga”. Ou no exemplo “No mês de Fevereiro acontece o Carnaval”, em que “Fevereiro” individualiza o elemento “mês”.

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Há também formas de apostos que servem para resumir uma lista elencada anteriormente, como no exemplo “Abacate, abacaxi, ameixa, banana-maçã, banana-nanica, coco verde, figo, fruta do conde e goiaba, todas são frutas do mês de Março”, em que “todas” funciona como um aposto para resumir e congregar a lista com os nomes de frutas precedentes. O aposto pode assumir ainda a forma de oração, quando contém um verbo. A esse elemento, chamamos oração subordinada substantiva apositiva e geralmente aparece após o uso de dois pontos, como no exemplo “Uma coisa, todo mundo quer: ser feliz”, em que o termo sublinhado é o aposto, o elemento que explicita a informação sinalizada anteriormente e contém um verbo, “ser”.

Bibliografia:

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. São Paulo, Nacional 1966.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/portugues/aposto/

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