Gestão de banca nas apostas: técnicas eficientes para administrar o seu bankroll

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Quando se trata de endividamentos, a falta de um planejamento e gestão financeira adequada é a principal causa no Brasil. No mundo das apostas, por outro lado, a falta de uma gestão de banca eficaz é o fator chave que leva muitos apostadores ao fracasso.

Neste artigo, exploraremos as técnicas mais populares para gerenciar seu bankroll e descobrir quais métodos são eficazes e quais são apenas mitos. Ao final, você terá uma nova perspectiva sobre suas apostas.

Antes de seguirmos com o nosso papo, recomendo que você faça o download da nossa planilha de gestão de banca, permitindo o melhor controle do seu capital e também das suas apostas. Abaixo, deixo o vídeo com o tutorial completo para utilizá-la:

Não quer ter o trabalho de registrar manualmente todas as suas apostas? Então uma boa alternativa será contratar uma ferramenta automática de apostas. Recomendamos o My Bet Space, que faz um ótimo trabalho para os apostadores.

A importância da gestão de banca para apostadores

Inicialmente, essa era uma aula planejada para ser incluída somente em nosso curso avançado de trading e punting nas apostas. No entanto, em todos os webinários que fazemos alguém nos pergunta:

Olá, pessoal do Clube! Já quebrei a minha banca inúmeras vezes e estou a caminho de quebrá-la mais uma vez. Estou me endividando com isso e não sei o que fazer. O que estou fazendo de errado?

Ainda que fosse ótimo para nós poder privilegiar os alunos do nosso curso, precisamos entender que alguns tipos de conteúdo merecem ser democratizados. Ou seja, eles devem ser acessados pelo maior número possível de pessoas, pois eles têm o poder de fazer as pequenas mudanças em cada um que o lê e, com o passar do tempo, se revelam mudanças maiores do poderíamos prever.

Um apostador que começa a entender os conceitos de gestão de banca dificilmente irá se endividar e sofrer da angústia de ver que o dinheiro lhe falta para gastos essenciais do dia-dia. Fico imaginando quantos bons apostadores já não desistiram de seguir em frente por arriscar valores exorbitantes do seu saldo tentando reaver perdas anteriores.

Então, se você se identificou com o que acabou de ler, eu espero que ao fim desse artigo possamos ter causado alguma mudança em você. Mas se você já é um apostador mais vivido, também poderá aprender uma coisa ou outra, além de compartilhar a sua experiência com a gente nos comentários lá em baixo. 😉

Vamos lá!

O que é valor esperado nas apostas esportivas?

Lembre-se que você pode desenvolver a melhor técnica de gestão de banca que o mundo já conheceu, mas se as apostas que você fizer tiverem valor esperado negativo, de nada irá adiantar. O verdadeiro fator de sucesso nas apostas é o valor esperado.

Se você fizer apostas +EV, a gestão de bankroll irá otimizar os nossos lucros, ajudará a sobreviver nas oscilações que inevitavelmente irão acontecer, assim como reduzir o montante das perdas que amargarmos.

Em outras palavras, ainda que você tenha uma excelente gestão de banca, mas esteja sempre apostando em eventos de valor esperado negativo, isso irá apenas fazê-lo “sangrar”: você irá sobreviver por muito mais tempo do que o apostador que não faz controle algum sobre os valores que aposta, mas no fim das contas o resultado será o mesmo tanto para um como para outro: o prejuízo.

Logo, além de ter uma gestão eficiente sobre a sua banca, lembre-se de apurar sempre o seu resultado em períodos regulares, se você aposta em grandes quantidades, reserve um dia da sua semana – aquele domingão à noite -, para acompanhar o crescimento ou a redução da sua banca nesse período, fazer análises sobre isso e desenvolver planos de ação já para a próxima semana. Ter indicadores chave certamente irá lhe ajudar a saber se você está indo para a direção certa.

As 6 técnicas de gestão de banca

Sendo assim, depois de estudar bastante e passar por artigos muito interessante sobre Staking Methods, vamos analisar as mais famosas técnicas de gestão de banca considerando que todas as apostas foram realizadas em cara ou coroa.

Como já sabemos que o valor esperado é importantíssimo, selecionamos um +EV de 7,5% que representa um evento com 50% de chances de ocorrer com odds de 2,15. Então, vamos às simulações!

Martingale

A nossa primeira parada é em Martingale, uma folclórica técnicas de gestão de banca que enche os olhos daqueles que a ela são apresentados. A idéia é realmente sedutora: você seleciona um valor inicial para a sua primeira aposta, e caso a sua aposta não seja vencedora, você dobra o valor apostado sucessivamente até acertar. Quando acertar, você retorna para o valor original da sua primeira aposta.

Em nosso cara ou coroa imaginário, pense que você tem uma banca de R$100 e irá utilizar Martingale começando pelo valor de R$2, apostando em cara com odds de 2.00:

Veja acima que nos 4 primeiros lançamentos de moeda, todos deram o resultado que não queríamos: coroa, nos forçando a dobrar o valor da próxima aposta. No 5º lançamento a moeda finalmente nos presenteou com “cara” e a nossa banca retornou para o valor inicial acrescida do valor que ganharíamos caso tivéssemos acertado a primeira aposta: R$2.

Essa é uma técnica muito problemática por diversos aspectos. Perceba que depois do 4º lançamento foi apostado o total de R$62, pode parecer pouco para alguns, mas lembre-se que representa também 62% da nossa banca, e caso no 5º lançamento não tivesse aparecido a “cara” salvadora, nós já não teríamos a banca necessária para fazer a próxima aposta de R$64.

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Além disso, devemos lembrar que os sites de apostas dificilmente irão aceitar valores muito altos em uma única aposta. Apesar do nosso exemplo ter sido com um valor muito pequeno, de R$2, ao fazer com valores maiores, que após algum tempo exigiria apostas na casa dos 4 dígitos, certamente começaríamos a esbarrra no problema de sermos limitados. Além disso, apostar utilizando martingale é um sinal claro de um jogador não recreativo, detectar esses padrões é simples para os sites que poderiam também inserir outras formas de limitação. Sendo assim, não recomendamos martingale de forma alguma.

Esse é um cenário bastante comum ao aplicar Martingale:

Perceba que na primeira grande queda, aconteceram seis resultados adversos seguidos, que custou a banca o total de R$126,00, na aposta seguinte não foi possível voltar ao patamar original pois simplesmente não se tinha uma banca suficiente para apostar o próximo valor que era de R$128,00, sendo assim foi feito um all-in com o valor que restava, que por sorte conseguiu colocar a banca em crescimento de novo. Porém, na aposta 112 iniciou-se uma sequência de 7 apostas mal sucedidas que veio a quebrar a nossa banca de maneira definitiva.

All in

All in, em bom português: apostar tudo e rezar, em nosso exemplo: apostar tudo sempre! Logo, o valor da sua banca será exatamente o valor em que irá apostar. Por vezes, nos fóruns e comunidades de apostas vemos alguns desafios para trazer a fortuna milagrosa. Uma delas é o método de R$1 a R$1.000.000, que possui algumas variantes, mas no geral é mais ou menos assim:

Selecione um evento cuja as chances da sua aposta ser vitoriosa sejam grandes, como por exemplos odds de 1.30. E faça sucessivos all-ins, ao fim da aposta de número 53 você terá exatamente R$1.093.950,50

Certamente isso está mais para um desafio do que para uma técnica de gestão de banca. Além disso, a probabilidade de acertar 53 apostas seguidas com essas odds é de 0,0000914%. Em outras palavras, já virou loteria há muito tempo e esse não é o objetivo de uma gestão de banca eficiente.

Esse é um dos melhores cenários possíveis para o All in:

Veja que as primeiras apostas são bem sucedidas elevando o valor da banca a valores estratosféricos. Porém, perder uma aposta é algo inevitável e em nosso “cara ou coroa simulado” a banca veio ao chão na rodada de número 7 levando embora o valor de R$4.594,01. A dica que nós damos é: não nos deixe pegá-lo dando All ins por aí, certamente puxaremos a sua orelha.

Critério de Kelly

O critério de Kelly é um algorítimo simples desenvolvido pelo físico norte-americano John Larry Kelly, esse algorítimo é amplamente utilizado no mercado de ações, além de ser material de análise de diversos trabalhos acadêmicos na área de finanças e economia. Como bom texano, John Kelly tinha grande interesse pelos jogos de azar e dedicou parte de sua habilidade com os números para estudar a teoria dos jogos, desenvolvendo uma equação que maximiza os retornos sobre os investimento tendo em vista duas informações apenas: probabilidade do evento ocorrer e as odds desse evento. A equação vai ficar assim:

Critério de Kelly = (bpq)/b

b = Odds – 1p = Probabilidade do evento ocorrerq = Probabilidade do evento não ocorrer (1 – p)

Se matemática não é sua praia, principalmente quando tem mais letras do que números na brincadeira, veja que é muito simples e para ilustrar digamos que queremos usar o critério de Kelly para uma aposta que tem 70% de acontecer e que esteja oferecendo odds de 1,75:

Critério de Kelly = ((1,75 – 1) * 0,700,30) / (1,75 – 1) = 0,30

Portanto, o resultado da equação é de 0,30, o que significa que para essa aposta específica deveríamos apostar 30% da nossa banca.

É interessante perceber, como você verá ou mesmo já viu esse nosso vídeo que em nossas simulações em que 500 apostas são realizadas, o critério de Kelly na maior parte dessas simulações nos traz um retorno acima que as demais técnicas de gestão de banca, esse é um cenário bastante comum:

Mas isso não significa que o critério de Kelly seja a técnica de gestão de banca que aparentemente seja a mais lucrativa, e ela esbarra em diversos complicações, e imagino que algumas delas você já tenha se questionado enquanto lia a nossa explicação:

  • Como prever com exatidão a probabilidade de um evento ocorrer?
  • Apostar valores como 30% da banca em apenas uma aposta não seria exorbitante?

Para utilizar o critério de Kelly é necessário ter um modelo preditivo de grande eficácia para que você não utilize valores desproporcionais de sua banca, e invariavelmente será necessário ter um modelo estatístico robusto por trás. Em nosso curso avançado de trading e punting, por diversas vezes levantam discussões sobre qual modelo utilizar, alguns gostam de utilizar previsão de odds pela distribuição de Poisson, outros preferem modelos de regressão e outros tantos (eu, por exemplo) gosto de abordagens multivariadas. Portanto, atribuir valores aleatórios para a probabilidade de um evento ocorrer é um erro que poderá lhe custar sua banca.

O outro problema é que dependendo dos valores estipulados como probabilidade o critério de Kelly pode sugerir apostar valores absurdos de sua banca, 30% foi apenas um exemplo, mas você poderá utilizar a nossa planilha para fazer outras simulações em que se sugere 40%, 50%, 60% e assim por diante da sua banca como valor de aposta. Portanto, se definir as probabilidade de um evento ocorrer já é um grande desafio, imagine confiar nessas informações para arriscar uma fatia tão grande do nosso suado dinheiro.

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Sequência de Fibonacci

Assim como Martingale, a sequência de Fibonacci também é um método de gestão de banca progressivo. A sequência de Fibonacci é uma sucessão já conhecida na matemática, sendo utilizada para descrever a reprodução dos coelhos no século XIII. A quantidade de artigos acadêmicos voltado às apostas na Europa é realmente impressionante, e em 2007 Playing it Safe? A Fibonacci Strategy for Soccer Betting foi publicada no Jornal of Sports Econimics trazendo aplicações de Fibonacci nas apostas esportivas. A idéia era simples:

Aposte no empate, e a cada vez que tiver um revés, vá para o próximo número da sequência de Fibonacci.

De acordo com os autores, as casas de apostas tem algumas dificuldades em calcular as odds corretas para o empate, sendo assim poderia se aproveitar essa lacuna para ter lucros através da aplicação de uma banca progressiva.

A sequência de Fibonacci é muito simples, observe:

F = 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34…

O próximo termo da sequência é sempre a soma dos dois últimos. Portanto, o 3ºtermo da sequência é a soma do 1º termo e do 2º termo; o 4º termo é a soma do 2º e 3º termos e assim vai…

Ao apostar no empate, cujas as odds estão em torno de uma média de 4,10, e seguindo a sequência a de Fibonacci no caso de uma aposta mal sucedida, você reaveria prejuízos e garantiria o seu lucro.

Por fim, devemos lembrar que como todo evento probabilístico, a não ocorrência seguida de empates é possível. Na temporada de 2008/2009 o Manchester United, de Alex Ferguson, ficou 20 rodadas seguidas sem empatar, isso significa que na 20ª aposta você deveria arriscar o valor de R$6.765, tendo já arriscado um total R$17.710 contando com essa última aposta que seria feita.

Fibonacci possui os mesmos problemas que Martingale: se a nossa banca fosse infinita (e se fosse porque apostaríamos?) e as casas de apostas não limitassem os valores apostados, teríamos aí um método infalível, mas sabemos que a realidade não é bem assim. Além disso, devemos lembrar que para podermos fazer a próxima aposta precisamos saber do resultado de uma aposta feita já previamente, como diversos jogos acontecem no mesmo horário, o tempo entre uma aposta e outra pode tornar as apostas mais demoradas. Na projeção abaixo, utilizamos odds de 4 em um evento cuja a probabilidade de acontecer é de 27%, resultando em um valor esperado positivo de 8%. Ainda com o EV positivo, a queda vertiginosa é um cenário comum para métodos progressivo de gestão de banca, o que o torna muito inadequado:

Valor fixo

O método do valor fixo é apostar exatamente o mesmo valor sempre, independente de crescimentos ou reduções de sua banca de apostas. Apesar de ser claramente um modelo um tanto rígido e ingessado em relação as mudanças que irão ocorrendo ao longo das consecutivas apostas que vão se realizando, ele é um modelo que ainda assim tem suas vantagens:

  • Impede apostas por impulso que comprometam a banca;
  • As flutuações em sua banca de apostas são mínimas;
  • Fazendo apostas +EV o crescimento é lento, mas constante;
  • O excesso gerado pode ser sacado a qualquer momento;

Veja graficamente como o valor fixo vai progredindo “devagar e sempre”:

Porém, em nossa simulação utilizamos valores fixos de R$2 considerando uma banca inicial de R$100. Com a queda da banca para valores inferiores a esse, o valor fixo passa a ter um percentual maior sobre o novo valor da banca, se R$2 em uma banca de R$100 equivale a a %2, em uma banca que sofreu consecutivas reduções e foi para R$25, esses mesmos R$2 já passam a equivaler a 8% da banca.

Portanto, um modelo que vá respeitando o crescimento ou as reduções da banca parece ser mais adequado. Vamos para a o percentual da banca:

Percentual da banca

O percentual da banca é escolher um valor em porcento em relação a banca que iremos utilizar em cada uma das apostas. Geralmente, utiliza-se de 2% a 3% do valor da banca, são valores tidos como muito seguros, porém dependendo da sua propensão a riscos, pode ser utilizar valores como 4% ou 5%.

É interessante perceber, que ainda que pareça ser pouco aumentar apenas 1% nos valores apostados, isso representa flutuações tremendas em sua banca, acompanhe a mesma sequência de resultados de uma série de apostas que fizemos com diferentes percentuais da nossa banca:

Utilizando 1% do valor da sua banca de apostas

Utilizando 3% do valor da sua banca de apostas

Utilizando 5% do valor da sua banca de apostas

Perceba, que quanto maior o percentual maior será a “montanha russa” nos resultados: as variações sejam elas negativas ou positivas tornam-se mais acentuadas. Portanto, valores maiores de percentual de banca exigem também mais estômago para saber lidar com a variância, veja que não são todos que estão preparados para ver a banca ir de R$600 para valores próximos dos R$350. E veja que as simulações que fizemos foi com uma banca de apenas R$100, imagine colocar mais alguns zeros e ver como que a tal montanha russa tornaria-se verdadeiramente vertiginosa.

Atualmente, as melhores práticas em termos de gestão de banca voltada para punting estão entre 2% a 4% do valor total da banca.

Vamos revistar as principais técnicas para gestão de banca?

Qual é a melhor técnica de Gestão de Banca?

A nossa recomendação é que você utilize um percentual da sua banca nas apostas que vier a realizar. Um bom apostador, ao fazer a análise dos jogos que pretende investir, precisa definir o valor esperado de cada uma das opções, e para isso os modelos estatísticos são uma excelente ferramenta.

Dessa forma, aposte primeiro nos eventos com o maior valor esperado e vá utilizando o percentual da banca com os valores atualizados da sua banca após cada aposta assim como eu ensino no vídeo, tudo bem? Aproveito também para deixar a planilha disponível para download, assim você poderá fazer diversas simulações nas probabilidades, odds e percentuais que bem preferir.

Para fazer o Download da planilha é só clicar aqui: Download da planilha de gestão de banca nas apostas.

Quer aprende técnicas avançadas no trading e nas apostas esportivas?

Se você gostou das técnicas de gestão de banca nas apostas que apresentamos aqui, nós temos certeza que vai adorar o nosso curso avançado de punting.

Por lá, você vai aprender como calcular o valor esperado de cada aposta que fizer, dominar o Excel para dar ainda mais visibilidade aos seus resultados e diversas técnicas avançadas de apostas.

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